Revitalização
Últimas etapas na reforma da Praça Piratinino de Almeida
Sanep estuda a possibilidade da reutilização do reservatório da Caixa D'água de Ferro
Jô Folha -
A revitalização completa da praça Piratinino de Almeida, local que abriga a caixa d'água de ferro de Pelotas, em frente ao Hospital Santa Casa de Misericórdia de Pelotas, em breve será entregue à população. As ações se dividiram em três partes: colocação dos bancos e lixeiras, instalação de iluminação e, por fim, reforma da vegetação e construção de canteiros - etapa atual. As obras são responsabilidade do Serviço Autônomo de Saneamento de Pelotas (Sanep), enquanto a Secretaria de Qualidade Ambiental (SQA) dispõe do planejamento e da execução de toda a parte envolvendo o paisagismo.
Em 2017, a primeira etapa da revitalização foi encerrada e 71 novos bancos e 13 lixeiras passaram a fazer parte do cotidiano dos moradores que frequentam o local. O elevado número de assentos se justifica com os costumes dos moradores. Muitos utilizam o espaço para aguardar o horário de visita dos parentes e amigos que estão internados na Santa Casa. O local de espera foi uma das exigências feitas ao arquiteto e urbanista responsável, Fernando Sparenberg. A etapa seguinte foi finalizada em 2018, caracterizada pela instalação de postes de iluminação pública e passagem da fiação elétrica pelos cabos de proteção. Somadas, as duas partes totalizam uma quantia próxima de R$ 130 mil em recursos retirados dos cofres da autarquia.
O terceiro momento das reformas está prestes a ser encerrado, projeta o arquiteto da SQA. Ao longo dos anos, a vegetação no entorno da caixa d'água cresceu de forma desordenada. Nas últimas semanas, o trabalho na praça tem sido o de levantamento das copas das árvores, para que os raios de sol transpassem os galhos e gerem uma maior iluminação natural no local. "A ideia é evitar os espaços escuros que podem servir de esconderijos", explica Sparenberg. As árvores mortas estão sendo retiradas, bem como galhos podres. Há muito a praça se tornou um espaço propício para uso de substâncias ilícitas e prostituição, e a tentativa do Poder Público municipal é de diminuir essa forma de apropriação e tornar o ponto um espaço de lazer.
Ao total, são 52 espécies vegetais e 222 unidades. Somadas, elas transformam a praça Piratinino de Almeida em um dos locais mais arborizados no centro de Pelotas. A sombra é uma das consequências, o que é bom para os dias quentes, mas traz desvantagens ao espaço. O levantamento é da SQA e faz parte do projeto de revitalização da praça. Construída em 2011, as plantas arquitetônicas escancaram o custoso tempo até o início das obras: cabines públicas de telefonia foram planejadas, nos formatos simples e duplos. Com o desuso deste tipo de meio de comunicação, a ideia foi deixada de lado.
O arquiteto lembra dos cuidados que foram precisos em relação a todas as modificações. "Estamos tratando de um patrimônio histórico", pontua. Em 1984, a caixa d'água foi tombada pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Para que seja entregue à população, após o término da limpeza das árvores, o último passo é a construção dos canteiros que delimitam o espaço para caminhada dos pedestres e protegem as plantas. Essa última etapa soma cerca de R$ 47 mil. Toda a reforma, que já dura dois anos, teve um custo de cerca de R$ 177 mil, conforme o diretor-presidente do Sanep, Alexandre Garcia.
Possibilidade de uso do reservatório
Há oito anos, desde 2011, o Sanep estuda a possibilidade de colocar novamente em uso o reservatório de água da caixa d'água de ferro. No mesmo ano, foi entregue a revitalização do monumento histórico, iniciada em 2010. O reservatório possui capacidade de 1,5 mil metros cúbicos de água, cerca de 1,5 milhão de litros de água, que poderão ser distribuídos nas redes de saneamento básico espalhadas pela região central da cidade, explica o diretor-presidente.
No momento, o Sanep está orçando empresas capacitadas para realizar um estudo a fim de apontar se é ou não possível colocar o reservatório em uso. "O problema é que não encontramos ainda empresas do ramo no Rio Grande do Sul", salienta Garcia. A falta de empresas do gênero no estado dificulta o início do processo. "Como ele está tombado há muitos anos, tem que fazer um estudo para ver se suporta (a água)", conta. O projeto de reforma da caixa foi desenhado em 2004, financiado pelo Iphan.
A revitalização movimentou cerca de R$ 2 milhões. Além da estrutura de ferro externa ter sido reestruturada, a caixa d'água recebeu uma construção própria de iluminação cênica. Muitas peças em ferro fundido estavam comprometidas. Algumas, as que possuíam fissuras, foram recuperadas.
Linha do tempo
1875 - Montagem da caixa d'água de ferro no então Largo da Caridade, importada da Escócia. A construção se deu pouco depois de iniciado o abastecimento de água potável na cidade.
1984 - Tombamento do monumento como patrimônio histórico em nível federal pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
2011 - Era entregue a restauração completa do reservatório de água
2017 - Início da primeira das três etapas de revitalização da praça Piratinino de Almeida
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